quarta-feira, 28 de junho de 2006

Primeira - Serviços em Portugal - Anedotas em Tempo Real

Vou começar uma série de Anedotas Reais sobre os nossos serviços. Espero que apreciem!

No outro dia estive no Registo Nacional de Pessoas Colectivas em Lisboa. Na zona de atendimento aos clientes, onde existem computadores e impressoras topo de gama, existe um senhor que está num computador por baixo de uma tabuleta que diz unicamente: "Organizações Religiosas Não Católicas".

(??????????????????)

Estamos a ser invadidos por seitas?
Será que o senhor só atende um utente de 3 em 3 anos?
Será que no fundo a placa só está lá para proporcionar humor a quem espera?

segunda-feira, 26 de junho de 2006

In(compatibilidades)

Há acontecimentos relacionais entre o homem e a mulher que, como já o disse muita vezes, não podem ser clarificados ou compreendidos, pelo menos por mim (mas continuo a tentar). Esse mistério é para mim fascinante. A facilidade como a comunicação entre duas pessoas se transforma em algo diferente, menos fluido e mais tenso.

Julgo que o que despoleta sempre essa tensão é um qualquer mal estar, seja sobre o que for, que sentimos cá dentro. E depois, rapidamente achamos um responsável. Claro que se essa tensão surge na relação entre duas pessoas do mesmo sexo, então tudo se resolve com uma piada, com uns dias de férias, ou com umas cacetadas (físicas ou emocionais).

Mas entre um homem e o mulher é diferente. Aquilo parece mais um trampolim, em que cada um quer saltar mais alto do que o outro: "O que queres dizer com sou sossegado?", "Então mas não me tinhas dito que querias desligar o telefone?", "Mas não estás sempre a dizer que precisamos de passar mais tempo juntos?"

E depois pronto... Parece uma afirmação, que se ouve como uma acusação. "Tás farto? Então tens bom remédio!", "Epá, sinceramente estou farta das tuas tretas...", "Ai é... Ontem era lindo, hoje sou horrível?"

E aquilo vai sendo uma catapulta de mal estares acumulados, guardados, armazenados até ao momento em que se podem arremeçar. Tudo com a vontade de saltar mais alto.

Mas o que assusta é ser tudo tão parecido...

Depois eles começam a ficar fartos, a não perceber o que se passa, porque é que elas estão a stressar. E elas começam a sentir que eles não estão comprometidos, que não são adultos, que não sabem o que querem.

E eles querem uma amante e não uma mãe (ou pelo menos, assim pensam). E elas querem um másculo e maduro amante e não um preguiçoso e acomodado (ou pelo menos, assim pensam).

Mas depois há a contradição dos objectivos, da forma de estar na relação, do sentimento, da participação, do empenho. E isso vai aumentando os saltos do trampolim. Até ao momento em que um salta fora.

E depois pensa: "Isto nunca mais." Mas em rigor, tenho que vos avisar. Vai ser sempre mais ou menos assim. Porque: não é o outro que transporta essas tensões. Somos nós que escolhemos os nossos parceiros a dedo. Que repetimos e repetimos os momentos e as tensões e as alegrias. Porque julgo que é isso que vimos aprender. A aprender a aprendermos com os outros. A viver em comunidade.

E por isso ando a experimentar praticar: menos saltos, mais compreensão.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Ver Para Crêr Como São Tomé

Ontem durante uma conversa animada, alguém disse: De S. Tomé todos temos um pouco...
Silenciosamente concordei que na nossa vida, há sempre momentos em que as nossas convicções são postas em causa, e em que presumimos que o que nos dizem/prometem pode não corresponder à verdade. Nessas alturas esperamos, mais ou menos pacientemente, pela prova do facto.

Claro que alguns mais inovadores até poderiam dizer: Eu preciso de ver, para querer! Depois de o olhar se convencer vem o corpo todo a seguir.

Mas voltemos à fé e a convicção...

Depois da minha amiga ter feito esta afirmação, pouco controversa, outra amiga vez uma muito mais polémica: Para mim nunca foi assim, foi mais ao contrário. Eu sempre vi mais do que o queria. E isso para mim era por vezes muito difícil.

Não estou a questionar o valor, a importância, ou as escolhas pessoais dela. Nem a veracidade do que disse. Aliás nem a ponho em causa. Muitas vezes vi e presenciei o que ela agora afirmava.

Mas realmente o que me pôs a pensar foi: se é preciso ver para crer para S. Tomé -> a minha amiga diz que sempre viu mais do que queria -> então ela nunca precisou de crer, porque já via e portanto acreditava nesses acontecimentos como verdadeiros e portanto não precisou de acreditar cegamente.

Ou seja, para descomplicar. É sempre fácil acreditar no que se vê, porque se crê no que se vê. O difícil, quer se veja muito ou pouco, é acreditar ou querer acreditar no que não se vê. No que não se sabe, mas apenas se vislumbra.

Em Barcelona li num cartão: Se já és tudo aquilo que queres ser, então é porque não te esforças o suficiente...