Há um espaço que não cansa. Há um tempo que corre tranquilo. Há sempre lugar para tudo. Caminhamos com um sorriso. Afinal, há BOM TEMPO NO CANAL. Este é um blog sobre quase tudo, mas principalmente sobre o dia a dia, os acontecimentos, as pessoas e as suas relações.
sábado, 31 de dezembro de 2005
As mamas da vizinha são sempre mais bonitas que as minhas?
A maior diferença é que uns disfarçam melhor que os outros, olham menos, comentam menos, pensam menos, mas a necessidade ou o desejo são idênticos.
Poder-se-ia dizer que tinha a ver com o facto de sermos alimentados, quando recém nascidos, através dessas admiráveis formas; que são elas que nos constróem e nos dão forma.
Num livro sobre a relação homem-mulher, uma investigadora dizia que era a única altura onde verdadeiramente o homem tinha a posição absolutamente passiva, e a mulher a activa.
E apesar de isso fazer, em minha opinião, todo o sentido, os homens que não tiverem ou o direito, ou a oportunidade, continuam fixados por esse pedaço de pele, cheio de tecido adiposo a que comummente denominamos mamas.
Não nos quero absolver da nossa responsabilidade, como namorados, comprometidos, maridos, pais de família, e até avós. Mas só quero explicar que é algo genético. Algo inexplicável e instintivo.
Quase como que uma necessidade de coleccionismo catalogante. Precisamos de olhar para elas, de “lhes tirar as medidas”. De as ir juntando a nossa lista de “mamas visionadas”. Ou com roupa, ou sem roupa. E a verdade é que tão depressa como surgem, depressa partem. (Nem todas, claro). Mas a necessidade, o desejo caprichoso, esses continuam.
E não querida, não é por as tuas não serem as mais bonitas, é só porque nascemos todos assim. Por isso querida, não, as mamas da vizinha não são mais bonitas que as tuas!
sábado, 24 de dezembro de 2005
Ode ao Senhor Vasco ou “Olhe, podia fazer-me um favor? Podia dizer-me que horas são? Obrigado e Bom Natal!
Desde que vim morar para a minha nova casa, há cerca de três anos, conheci o Sr. Vasco. O Sr. Vasco mora numa casa com ar abandonado, mesmo na rua em frente à minha. A casa dele é muito velha e bonita. Tem um portão verde, tem muitos gatos, tem janelas com ar partido e tem, mais importante que tudo, uma grande varanda com vista para a rua. Esta varanda é coberta de uma planta a qual não sei o nome, mas que na primavera está cheia de flores avermelhadas, que no verão dá sombra e que agora já dentro do Inverno, se encontra despida de flores e folhas.
Numa primeira fase, ainda presumi que o Sr. Vasco podia já não estar a funcionar bem com a cabeça dele. Que tivesse memória curta, que tivesse uma doença qualquer que o fizesse repetir muitas e muitas vezes o mesmo padrão. Mas não é nada disso.
Sinceramente tenho um fascínio pelo Sr. Vasco. Pela forma como vive. Pelo mistério da casa onde vive, onde nunca vi luz de noite. Por estar sempre sozinho e me perguntar quem o ajuda, como come, como se veste, etc.
Agora tenho a certeza, não somos ninguém sem o outro. Vivemos num mundo onde a pessoa há nossa frente, ou mesmo na nossa rua, representa uma alteridade necessária ao ser. E o Sr. Vasco é a prova viva disso. Aliás acho que as horas não importam nada. Foi a forma que encontrou de conseguir sempre que alguém lhe responda. Que olhe para ele. Que lhe dirija a palavra. Não digo isto com pena ou tristeza dele, pelo contrário, acho que encontrou uma forma muito inteligente de conseguir interagir com as pessoas, com o mundo à sua volta.
Claro que umas vezes com mais e outras com menos sucesso. Aliás fico sempre surpreendido quando as pessoas não lhe respondem ou são mal educadas com ele. Porque dizer as horas, mesmo que não se queira dizer mais nada, são apenas instantes da nossa vida. Mas são horas da vida dele.
Não sei como será a minha terceira idade. Melhor ou pior não interessa. Mas na terceira idade do Sr. Vasco sobrou o essencial, a necessidade de carinho, a necessidade do outro, a necessidade de atenção.
E eu fico aqui a pensar quantas pessoas na nossa vida, nos perguntam as horas apenas por necessitarem de algo que não sabem explicar. E por quantas passamos sem parar, e ás vezes sem responder.
Natal by Couve
Para quem achou o presépio engraçado as imagens foram retiradas daqui http://br.criancas.yahoo.net/recorte_cole/presepio/
Estas imagens podem ser impressas a partir deste site e as crianças podem montar um presépio a partir delas com algumas tintas e algumas colagens.
Esperamos que gostem :D
domingo, 18 de dezembro de 2005
Desafios Pré-Natal
O que custa não é saber o que precisamos de fazer na nossa vida para sermos felizes. O que custa é termos a força, a vontade e a determinação para o fazer.
(desenvolvimentos para breve sobre este mesmo tema)
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
A sequência dos acontecimentos
Estivemos a falar um pouco sobre isso e achei que valia deixar aqui a informação só a título de curiosidade para ver o que acham suas excelências.
A - Fim de semana no Alentejo, proposto por AC, aceite por BR, MA, JP e AC.
D – AR que estava com a família tem vontade impulsiva de ir à barraca da Madeira Jantar.
E – AR e JP encontram-se pela primeira vez em muitos anos.
F – AR e JP começam a sair.
Etc… etc… etc… (Isto é uma versão obviamente simplificada dos acontecimentos ocorridos)
Podia ficar aqui prolongadamente a dissertar sobre cada uma das escolhas e ocorrências. No facto de que um sim ou um não poderiam ter mudado tudo. No entanto, acho que daqui posso tirar duas conclusões: a primeira é que o que acontece tem mesmo que acontecer, porque numa miríade de possibilidades é isto que acontece e que poderia não acontecer; em segundo, que realmente há alguém ou algo com sentido de humor lá em cima, que nos aproxima ou afasta das coisas.
Esta coisa de se viver é bem divertida.
Bebés e as Mulheres
Alguém quer comentar?
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
Bem Vindo
Mas não te preocupes. Há tanta coisa bonita. Há tanto amor. Há tanto carinho. Há tantos amigos para nos darem a mão, para percorrerem este caminho contigo.
A vida é uma jornada maravilhosa e dou-te as boas vindas.
Quero também percorrê-la contigo!
Blues Café
quinta-feira, 8 de dezembro de 2005
Sim?!?
Se calhar é importante, antes de prosseguir, explicar a forma como acredito que podemos e devemos interagir com a vida que nos rodeia. Acho que somos solicitados a responder a uma série de perguntas constantemente. E mais que as iniciativas que tomamos, é a forma como respondemos a essas questões que determina o nosso futuro.
É claro que essas questões podem não vir em formato de perguntas, ou de dúvidas existenciais. Podem ser coisas simples tipo voltar à direita ou à esquerda, ir ou não à praia, comer peixe ou carne.
Se calhar posso exagerar um pouco, e já me foi diagnosticada uma mente hiperactiva. Mas apesar disso, como referi no início, é natural que procuremos encontrar mecanismos ou modelos que nos ajudem a facilitar essa necessidade regular de decisão. Aliás, em grande parte das vezes, para a grande maioria de nós, essas decisões não são conscientes, mas sim automáticas e imediatas.
Já não sei concretamente como me surgiu a ideia, mas desde há algum tempo, quando sinto que tenho de tomar uma decisão, para a qual não tenho uma resposta certa, que não me sinto na capacidade de responder sem dúvida, fecho os olhos, olho para dentro de mim (não sei explicar muito bem para onde) e espero que me apareça um "sim" ou um "não".
Depois sem me preocupar com o porquê, ou melhor, tentando não me preocupar com o porquê, sigo aquele ecrã luminoso que me aparece na mente, ou na alma. "Sim" umas vezes, "não" outras tantas, mas normalmente sempre bem situadas em relação à pergunta colocada e claras para mim.
[Para os mais cépticos nunca fiz uma estatística do resultado dessas decisões, nem sei o que teria acontecido se tivesse decidido o contrário. Por isso vou à confiança. Fé chamar-lhe-ão alguns.]
Mas toda esta descrição serve apenas para vos enquadrar n o que me anda a acontecer há algumas semanas, e que se tornou particularmente interessante pelo modo como aconteceu. Num dos momentos de dúvidas, sem saber explicar bem porquê, a pergunta era: "Se deveria fazer algo num dia ou noutro?". Normalmente o que aconteceria nessa altura era alterar a pergunta para um estilo em que um "sim" ou um "não" fossem suficientes. Mas nesse dia não me lembrei. Esperei a resposta e ela surgiu na forma de um: "Sim".
E eu: "Há boa, que bom! ... Pera, quer dizer que "sim isto" ou que "sim aquilo"?". Rapidamente reformulei a pergunta e o ecrã luminoso deu: "Sim". Para ter a certeza da resposta, como já algumas vezes tinha feito, inverti a pergunta para que a resposta certa, a confiar no "Sim" de há pouco fosse um "Não". E, no entanto, o que apareceu foi um: "Sim".
Fiquei um pouco baralhado, mas não me preocupei. No entanto, a partir desse dia, sempre que fecho os olhos vejo o tal "SIM" a brilhar cá dentro.
Não sei bem o que significa, mas confesso que fico satisfeito. Parece um sim de afirmação. Um sim de descoberta. Um sim de vida. Um sim, sem mais, nem menos.
E as decisões. Essas o melhor é não me preocupar... De certo encontrei as respostas necessárias nas alturas certas.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2005
Já somos 1000
Quando comecei a fazer este blog, logo desde os primeiros posts, um dos meus amigos perguntava-me: "Qual a razão para teres criado este blog? Já pensaste nisso? Para que serve?"
Na altura não me apeteceu estar a fazer uma análise sobre a razão de ser de um blog: porque escrevemos, porque o tornamos público, e porque escolhemos os conteúdos que escolhemos.
Fui só avançando com o meu blog, escrevendo alguns textos mais personalizados, usando por vezes o humor para alegrar o espírito, discutindo temas sociais, mais ou menos interessantes. No fundo dando movimento e alimento a este projecto com a força típica daqueles projectos que, quando começam, nos viciam, nos deliciam, nos enchem de esperança e de sonhos.
Mas acho que agora que já passaram mais de 1000 visitas pelo meu blogzito chegou a altura de vos oferecer a minha reflexão sobre a razão de ser deste “Bom Tempo no Canal”.
Um blog, na minha opinião, seja público ou privado, serve dois propósitos: a vontade de escrever, e a vontade de se ser lido. Não se pode negar a força do ego. Se realmente não quiséssemos que nos lessem, que descobrissem o que escrevemos, então usávamos o word e guardávamos os documentos numa pastinha chamada "Confissões de um pré-adulto ou um pós-adolescente".
Se vimos aqui à Internet, procurar um espaço, dar-lhe forma e preenchê-lo è porque necessitamos dessa atenção. Porque a procuramos. E por isso, caríssimo leitor, é importante para mim, que me leia, que me comente, que me dê a sua opinião.
No entanto, para além dessas razões comuns a todos os que usam e escrevem para um blog, tenho as minhas razões próprias, que são também interligadas com a forma deste recurso tecnológico.
Acho que tenho algo a dizer, uma opinião e um sentido sobre as coisas, que foge, por vezes mais, por vezes menos, da visão geral e comum que a sociedade tem sobre esses mesmos temas. E no fundo gosto de questionar, de levantar dúvidas, que me ajudem a pensar, e que também ajudem os outros. Julgo que esse é o maior desafio do meu blog e das coisas que escrevo. Ser capaz de vos tocar, de vos fazer sentir e pensar. Procurar encontrar outras coisas que vão para lá do evidente, ou que me ajudem a ver para além do que fui capaz.
O blog não é propriamente um espaço de diálogo de minorias, ou de criativos, de indivíduos ou organizações. Um blog é um espaço de expressão quase plástica daquilo que somos e representamos.
Nesse sentido este blog também é muito "eu". Coisas melhores, coisas piores, silêncios e expressões. Milhares de momentos diferentes que me caracterizam como pessoa complexa e diversificada que sou.
E por isso convido-vos, como tantas vezes o fiz, a olharem para este espaço, para estes textos e deixarem aqui a vossa marca. A vossa esperança, a vossa alegria, a vossa dúvida são-me valiosas. Não somos nada sem os outros.
"If life gives you rags, make quilts", mas na realidade, muitas vezes são os outros, esse mundo maravilhoso que nos rodeia, que nos dá o fio e a agulha para cozer esses trapos.
Obrigado e já agora FELIZ NATAL!