Ontem esteve a dar na televisão um dos meus filmes favoritos de todo o sempre: “The Story of Us” (1999), com a Michelle Pfieffer e o Bruce Willis.
Muita gente pode não achar a mínima piada ao filme. Mas considero que retrata de forma objectiva e sincera todos os dramas relacionais de um casal. As discussões, as alegrias, os encontros, os desencontros, os pais, os filhos, os amigos...
Há muitas questões pertinentes durante todo o filme, mas em minha opinião tudo roda em torno da questão da mudança. Se as pessoas mudam, se não mudam, se querem mudar ou se preferem ficar na mesma.
A questão central é que eles já não eram (ou seriam?) as pessoas que eram quando se conheceram, e esse “desajuste” afastava-os. Essa “diferença” dificultava a capacidade de se relacionarem.
Sempre que vejo este filme, recordo-me da minha primeira namorada, e em particular uma discussão que tivemos no quarto dela, já numa fase um pouco cansada da relação.
“As pessoas não mudam!”, dizia ela convicta. Ao que eu respondia “Claro que mudam! Só depende da vontade delas”.
E assim ficámos a discutir umas quantas horas.
Quatorze anos depois, agora que somos amigos, e vivemos em diferentes continentes fomos tomar café para “pôr a conversa em dia”.
E qual não é o espanto quando ela diz: “Mas eu já te tinha dito Bernardo, as pessoas não mudam.” Ao que eu respondi “Se quiserem mudam!”
E ela, meio a provocar, meio a brincar, meio a sério diz-me “Bem, pelo menos nisto, não mudaste nada!”