segunda-feira, 31 de julho de 2006

Mudasti?

Ontem esteve a dar na televisão um dos meus filmes favoritos de todo o sempre: “The Story of Us” (1999), com a Michelle Pfieffer e o Bruce Willis.

Muita gente pode não achar a mínima piada ao filme. Mas considero que retrata de forma objectiva e sincera todos os dramas relacionais de um casal. As discussões, as alegrias, os encontros, os desencontros, os pais, os filhos, os amigos...

Há muitas questões pertinentes durante todo o filme, mas em minha opinião tudo roda em torno da questão da mudança. Se as pessoas mudam, se não mudam, se querem mudar ou se preferem ficar na mesma.

A questão central é que eles já não eram (ou seriam?) as pessoas que eram quando se conheceram, e esse “desajuste” afastava-os. Essa “diferença” dificultava a capacidade de se relacionarem.

Sempre que vejo este filme, recordo-me da minha primeira namorada, e em particular uma discussão que tivemos no quarto dela, já numa fase um pouco cansada da relação.

“As pessoas não mudam!”, dizia ela convicta. Ao que eu respondia “Claro que mudam! Só depende da vontade delas”.

E assim ficámos a discutir umas quantas horas.

Quatorze anos depois, agora que somos amigos, e vivemos em diferentes continentes fomos tomar café para “pôr a conversa em dia”.

E qual não é o espanto quando ela diz: “Mas eu já te tinha dito Bernardo, as pessoas não mudam.” Ao que eu respondi “Se quiserem mudam!”

E ela, meio a provocar, meio a brincar, meio a sério diz-me “Bem, pelo menos nisto, não mudaste nada!”

Se calhar ás vezes mudamos, ás vezes não mudamos. Mas ainda acredito que querer (ou será crer) é poder!

terça-feira, 25 de julho de 2006

Ao meu amigo J

Não sei como são as amizades de cada um. Aliás cada amizade é única. Misteriosa e delicada. Diferente e única.

Conheci o meu amigo J no primeiro dia das praxes do meu primeiro dia como universitário. Presos numas grades de Entrecampos ele estendeu-me a mão e apresentou-se. Ficámos amigos. E somos muito amigos.

Agora ele vive lá fora. Corajosamente decidiu partir à sua procura para sítios onde a vida (para ele) lhe sorri mais.

Há um traço que distingue a nossa relação, e que tantas vezes me enche de uma saudade alegre. Foi sempre com ele que fui o mais de mim. Foi com ele que jogava computador até de manhã. Foi com ele que fui ver todos aqueles filmes que ninguém mais quer ver: Os Anjos de Charlie. Era com ele que falava de tudo, que revelava tudo, por saber que não havia crítica, não havia dúvida. Porque sempre nos ouvimos e nos respeitámos.

Foi com ele ao meu lado que descobri o que era ser jovem adulto, experimentar as coisas, os excessos, os limites. Foi com ele que viajei para perto e para longe.

Agora que ele está mais longe sinto falta desses momentos. Dessa amizade desprendida em que podemos dar azo a todos os caprichos. Em que podemos satisfazer desejos mais ou menos infantis, mais ou menos irresponsáveis.

Há amizades para tudo, para todas as circunstâncias, para todos os momentos.

A minha com o J é assim, é a altura de ficar outra vez estudante, outra vez arisco, outra vez brincalhão, e de cometer as loucuras que sempre nos apetecem e nem sempre temos coragem para fazer.

E este é o meu hino à nossa amizade.

Numa noite de verão

Hoje, perto da casa de um amigo meu, vi umas crianças a brincar na rua e deu-me uma saudade enorme desses maravilhosos momentos.

Ser criança tem mil encantos. É cheio de aventura, de ousadia, de alegria e de emoção.

Lembro-me quando descia à rua naquelas noites quentes. Noites de t-shirt e calção. Noites de escondidas e de apanhada. Noites de primeiros amores. Noites de slows agarradinhos na garagem de um amigo. Noites de gelado na esplanada. Noites de uns cigarros inocentes, de umas cervejas amargas, de uns cafés inexperientes, noites de pão com chouriço ou de bolos de canela.

E como era bom caminhar pelas ruas, ao lado da lua, pelas ruas vazias, a rir dos disparates de se ser criança ou adolescente.

Naqueles momentos não há complicação, não há stress, não há dor, não há responsabilidade.

Havia música, e segredos, e amigos, e crescimentos cheios de aventura.

Gosto das noites de verão!

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Segunda - Serviços em Portugal - Anedotas em Tempo Real

Estive em contacto com um ministério para obter um orçamento que precisava com urgência. Para além de me terem reencaminhado a chamada 40 vezes acabei por conseguir falar com a pessoa que faz os orçamentos.

Ela disse que o email a pedir os orçamentos era centralizado, mas se tinha pressa também podia enviar um email para o chefe dela que provavelmente fariam as coisas mais depressa. Fiquei muito agradecido pela simpatia e enviei os dois emails como combinado.

Passado dois dias recebi de dois emails diferentes dois orçamentos completamente diferentes que faziam menção ao mesmo pedido de orçamento. A diferença de valores era maior que 100€ entre os dois.

Sem perceber o que se passava e o porquê da diferença liguei para a senhora simpática. Ela disse-me que provavelmente tinha sido outro departamento a fazer o outro orçamento e que teria de averiguar. E que se eu pudesse enviar o orçamento que não tinha sido ela a fazer para o email do chefe dela, que ela agradecia, e que depois entrariam em contacto comigo.

Naquela tarde toca o telefone e o senhor que fala do outro lado do telefone diz logo para começar: "Ora vamos lá ver..." e depois continua "o senhor [a referir-se a mim] agiu de má fé" e ainda disse "e o que o senhor fez não se faz."

Como????