Estive este fim de semana no Alentejo, em casa do pai de uma grande amiga. Fomos quatro e mais uns quantos. A matar as saudades de 5 anos de universidade, que apesar de tantos altos e baixos foi a nossa, e de que guardamos tantas memórias, experiências, sentimentos e esperanças.
Passados 5 anos, desses 5 anos que vivemos, voltámos a um encontro. Todos diferentes e todos iguais. Uns juntos ou casados, outra com um filho e outros solteiros.
E será que estamos assim tão diferentes?
Não sei responder. Sei que foi muito importante. Porque a distância permite que a cabeça fantasie e mitifique a realidade do que se viveu. E quando nos reencontramos percebemos que afinal a realidade é a realidade, e que o mito é apenas o sonho daquilo que vivemos na nossa cabeça. E que umas vezes foi real, e outras tantas um mito do que poderia ter sido.
Houve e há muito amor no ar, de quem sabe que quem se ama é para sempre, e apesar de iguais e diferentes continuamos a nutrir esse sentimento de pertença a esse clube tão exclusivo da nossa amizade académica.
Somos uma grande parte do que fomos, mas podemos e acho que queremos ser uma grande parte do que podemos ser. E nessa magnífica diversidade vamos avançando no tempo, sem no entanto deixar de ser quem sempre fomos.
Obrigado!
Há um espaço que não cansa. Há um tempo que corre tranquilo. Há sempre lugar para tudo. Caminhamos com um sorriso. Afinal, há BOM TEMPO NO CANAL. Este é um blog sobre quase tudo, mas principalmente sobre o dia a dia, os acontecimentos, as pessoas e as suas relações.
domingo, 29 de outubro de 2006
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
Saber Ver
XXIV - O que Nós Vemos
O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma seqüestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores.
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma seqüestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores.
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
Breve
Se alguém souber de um remédio para não se pensar em nada, por favor, deixe aqui o seu nome comercial
O Espelho Perfeito de Nós Mesmos
Tantas vezes na minha vida sou confrontado com pessoas que possuem características que me incomodam. Umas mais outras menos, mas há no mundo muita coisa que gosto e e muita que não gosto. Sou bastante crítico em relação aos outros, mas acredito que também o sou comigo, e que avalio ambos pela mesma bitola.
No entanto, há já muitos anos atrás fui apresentado a uma forma diferente de ver essas características incómodas nos outros: Tudo aquilo que vez em alguém é apenas um espelho perfeito de ti próprio.
Ao princípio, a minha reacção foi de revolta: não posso ter tantos defeitos ou um feitio tão difícil como o que questionava e criticava no outro.
Era difícil reconhecer e aceitar que eu também podia ser teimoso, descrente, infeliz, triste, complicado, injusto, etc...
Mas a verdade é que quando paro para ver este mundo que me rodeia, e no qual me vejo reflectido, tantas vezes encontro em mim o que não quero ver. É fácil apontar o dedo. É mais difícil apontá-lo em nossa direcção.
Se tudo é um reflexo perfeito e directo de mim, de quem sou, do que sou e de como sou, então espero que um dia viva uma vida profundamente feliz, num lugar maravilhoso, a fazer o que gosto, com pessoas que amo.
E vocês?
No entanto, há já muitos anos atrás fui apresentado a uma forma diferente de ver essas características incómodas nos outros: Tudo aquilo que vez em alguém é apenas um espelho perfeito de ti próprio.
Ao princípio, a minha reacção foi de revolta: não posso ter tantos defeitos ou um feitio tão difícil como o que questionava e criticava no outro.
Era difícil reconhecer e aceitar que eu também podia ser teimoso, descrente, infeliz, triste, complicado, injusto, etc...
Mas a verdade é que quando paro para ver este mundo que me rodeia, e no qual me vejo reflectido, tantas vezes encontro em mim o que não quero ver. É fácil apontar o dedo. É mais difícil apontá-lo em nossa direcção.
Se tudo é um reflexo perfeito e directo de mim, de quem sou, do que sou e de como sou, então espero que um dia viva uma vida profundamente feliz, num lugar maravilhoso, a fazer o que gosto, com pessoas que amo.
E vocês?
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Eu mesmo como um outro
Foi há alguns dias atrás (ou terá sido há uns anos) estavamos sentados na aula de Ética da Comunicação. Eu, o meu amigo M e o Professor José Rosa estavamos com alguns colegas a debater a paixão que a todos nos envolvia: a comunicação, a relação e a ética que as duas nos exigem.
O meu amigo M disse algo e num tom alegre de desafio o professor José Rosa disse: - M. tu devias era estudar Filosofia.
Olhei para o meu amigo com um sorriso de concordância, mas nesse instante apenas vi no seu olhar o temor de quem recebe uma proposta a que não pode virar as costas, que o empurra serenamente no sentido do seu próprio destino (e será ele mesmo nosso?).
Fizemos o nosso percurso conjunto até ao fim da Licenciatura e depois ele foi para a "sua" Filosofia.
Na passada sexta feira, o M defendeu a sua tese de Mestrado.
Foi o culminar alegre e brilhante de uma jornada que acompanhei.
Mereceu todos os elogios que recebeu e os desafios e propostas que lhe apresentaram.
Eu fico com o carinho de quem o respeita e admira nas sua qualidades de académico, de "filósofo", de "interroguista" e acima de tudo amigo e ser humano.
Ficaram no ar tantas coisas bonitas que poderia deixar aqui escritas, mas escolhi algumas frases que vos deixo como convite para a reflexão de cada um:
- "O 'nós' é a palavra feliz."
- "O 'nós' é a agente da legitimação."
- "O 'nós' é o quem de direito."
Mas acima de tudo: "É preciso ousar a ousar."
O meu amigo M disse algo e num tom alegre de desafio o professor José Rosa disse: - M. tu devias era estudar Filosofia.
Olhei para o meu amigo com um sorriso de concordância, mas nesse instante apenas vi no seu olhar o temor de quem recebe uma proposta a que não pode virar as costas, que o empurra serenamente no sentido do seu próprio destino (e será ele mesmo nosso?).
Fizemos o nosso percurso conjunto até ao fim da Licenciatura e depois ele foi para a "sua" Filosofia.
Na passada sexta feira, o M defendeu a sua tese de Mestrado.
Foi o culminar alegre e brilhante de uma jornada que acompanhei.
Mereceu todos os elogios que recebeu e os desafios e propostas que lhe apresentaram.
Eu fico com o carinho de quem o respeita e admira nas sua qualidades de académico, de "filósofo", de "interroguista" e acima de tudo amigo e ser humano.
Ficaram no ar tantas coisas bonitas que poderia deixar aqui escritas, mas escolhi algumas frases que vos deixo como convite para a reflexão de cada um:
- "O 'nós' é a palavra feliz."
- "O 'nós' é a agente da legitimação."
- "O 'nós' é o quem de direito."
Mas acima de tudo: "É preciso ousar a ousar."
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