Tantas vezes na minha vida sou confrontado com pessoas que possuem características que me incomodam. Umas mais outras menos, mas há no mundo muita coisa que gosto e e muita que não gosto. Sou bastante crítico em relação aos outros, mas acredito que também o sou comigo, e que avalio ambos pela mesma bitola.
No entanto, há já muitos anos atrás fui apresentado a uma forma diferente de ver essas características incómodas nos outros: Tudo aquilo que vez em alguém é apenas um espelho perfeito de ti próprio.
Ao princípio, a minha reacção foi de revolta: não posso ter tantos defeitos ou um feitio tão difícil como o que questionava e criticava no outro.
Era difícil reconhecer e aceitar que eu também podia ser teimoso, descrente, infeliz, triste, complicado, injusto, etc...
Mas a verdade é que quando paro para ver este mundo que me rodeia, e no qual me vejo reflectido, tantas vezes encontro em mim o que não quero ver. É fácil apontar o dedo. É mais difícil apontá-lo em nossa direcção.
Se tudo é um reflexo perfeito e directo de mim, de quem sou, do que sou e de como sou, então espero que um dia viva uma vida profundamente feliz, num lugar maravilhoso, a fazer o que gosto, com pessoas que amo.
E vocês?
O que quererá dizer quem diz:
ResponderEliminar«Tudo aquilo que vês em alguém é apenas um espelho perfeito de ti próprio» ?
A acreditar nessa triste sentença, teríamos de conceder que a diversidade do mundo é apenas aparente. Que o diferente, o múltiplo, o outro são apenas imagens de um eu que se arvora ser tudo.
À semelhança do que disse um dia o Rei Sol poderíamos dizer: «O ser sou eu!»
Caro amigo:
ResponderEliminarNão percebo bem porque se presume triste... Por ser aparente? Por ser um espelho de nós? Se for por ser aparente não vale a pena porque nunca o saberemos, se é um espelho de nós julgo que não há razões para preocupações. As coisas importantes, magníficas, alegres com que nos deparamos serão também um espelho de nós.
Penso que o nosso Rei Sol dizia: o Estado sou eu! E felizmente, ou infelizmente na altura tinha toda a razão.
Claro que somos nós o eu que sempre fomos. Mas neste mundo sistémico, em que tudo se relaciona, em que estamos todos interdependentes e ligados uns aos outros, esta é apenas uma interpretação. E se somos todo o mundo, que grandiosos e magníficos somos!
Como deverá sentir-se alguém para quem toda a realidade não é mais do que uma imagem, reflectida num espelho, de si próprio? Não estará condenado a dizer “tudo sou eu?” E a sentir-se terrivelmente solitário? Sozinho? Desacompanhado?
ResponderEliminarO que dirá do “tu”? O que dirá de ti? O Bernardo afinal não é mais do que uma imagem (mais ou menos distorcida) de si.
É por isso, amigo, que mais do que narcísica essa afirmação é triste. Crer nela é fechar as portas à amizade, já que ela nos priva do outro (de quem somos amigos e que é nosso amigo).
Como deverá sentir-se alguém para quem toda a realidade não é mais do que uma imagem, reflectida num espelho, de si próprio? Não estará condenado a dizer “tudo sou eu?” E a sentir-se terrivelmente solitário? Sozinho? Desacompanhado?
ResponderEliminarO que dirá do “tu”? O que dirá de ti? O Bernardo afinal não é mais do que uma imagem (mais ou menos distorcida) de si.
É por isso, amigo, que mais do que narcísica essa afirmação é triste. Crer nela é fechar as portas à amizade, já que ela nos priva do outro (de quem somos amigos e que é nosso amigo).
Como deverá sentir-se alguém para quem toda a realidade não é mais do que uma imagem, reflectida num espelho, de si próprio? Não estará condenado a dizer “tudo sou eu?” E a sentir-se terrivelmente solitário? Sozinho? Desacompanhado?
ResponderEliminarO que dirá do “tu”? O que dirá de ti? O Bernardo afinal não é mais do que uma imagem (mais ou menos distorcida) de si.
É por isso, amigo, que mais do que narcísica essa afirmação é triste. Crer nela é fechar as portas à amizade, já que ela nos priva do outro (de quem somos amigos e que é nosso amigo).
O comentário ao comentário fica para mais tarde, mas para já queria só dizer que a repetição não reforça a tua posição!!!
ResponderEliminarApenas demonstra as limitações técnicas da tecnologia.