A questão associada a quem são os nossos verdadeiros amigos é uma dúvida comum a todos os seres humanos. No período da adolescência, ou da pré-adolescência, essa questão tem uma dimensão maior. "Este é o meu melhor amigo", "Aquela é uma grande amiga"; sentimos a necessidade de arrumar e organizar os nossos sentimentos, definir uma ordem de prioridades.
Agora, um pouco mais velhos as questões são outras. Lembro-me bem de um cartoon que dizia: "Um amigo pode não ser capaz de te puxar para cima, mas faz tudo para não te deixar cair." Hoje já não sei bem se assim é.
Sinto no coração que ajudar a não cair poderá não ser a solução melhor. Até porque a maioria de nós só aprende quando bate com a cabeça, e se não deixamos isso acontecer, então não deixamos as pessoas crescerem. Claro que esta regra não é infalível. Aliás, na vida não há regras, há experiências.
Apesar disso tenho uma certeza, numa verdadeira amizade não há tempo. Pode ser amanhã ou daqui a mil anos, quando nos voltamos a encontrar sentimos o mesmo, a mesma proximidade, o mesmo calor no coração.
No entanto, acho que nos nossos dias as amizades são postas à prova de modo diferente. Achamos que os amigos têm de nos apoiar, e tem de nos entender, que nos dar bons conselhos e nunca nos deixar "pendurados". Se tivesse que definir as coisas diria que o amigo é aquele que mesmo quando não concorda, não apoia, não entende, recebe-nos sempre com um sorriso aberto. Sem culpas nem recriminações.
Ser amigo hoje é um luxo! Podemos conhecer muitas pessoas, relacionarmo-nos com grande parte do mundo que nos rodeia, até sermos muito compatíveis em termos de trabalho, de lazer, de desporto, ou qualquer outra coisa. Mas isso não define uma verdadeira amizade. Se tivermos seriamente que olhar para dentro, vamos perceber que os amigos, mesmo amigos, não são muitos. Mas também não vos sei dizer se isso será assim tão importante.
Procuramos validação, grande parte de nós precisa desse carinho, da concordância e do apoio, mas isso não define uma verdadeira amizade.
Uma amizade é outra coisa (em minha opinião claro) menos nítida, mas mais forte. Uma sintonia profunda.
Gosto dos meus amigos, mas quero aprender a não precisar deles. Apreciar as relações, as trocas e o respeito, mas acima de tudo não precisar. Essa necessidade que temos, ou que achamos que temos, não nos inunda, e não é sincera.
Amigos são os que dão, amigos são os que recebem, amigos são os que estão sempre aqui. Aqui no coração. A sorrir.
Gosto dos meus amigos...
É pelo que acabaste de escrever que acredito que é possivel um amigo amar-nos incondicionalmente. Acho que já te tinha dito isso.
ResponderEliminarE é tão bom ter a certeza que sempre que nos encontrarmos (fisicamente ou apenas em pensamento) o meu coração vai continuar a ficar assim quentinho...
ResponderEliminarPois é, B!
ResponderEliminarConcordo com muitas coisas que disseste e discordo de outras tantas.Com muitas separações que tenho sido forçada a viver, aprendi muita coisa. Se tiver de tirar um grande ensinamento de todas as amizades q tenho vivido, diria que o segredo é não esperar dos nossos amigos a perfeição. Não esperar q estejam sempre disponíveis, q tenham sempre a palavra certa. Esse tipo de atitude só leva a desilusões (porque ninguém é perfeito)e a atitude oposta pode trazer felizes surpresas.Os nossos amigos não têm de ser os melhores do mundo, não têm de ser perfeitos.Eu só peço que depois de conquistarem um lugarzinho no meu coração se preocupem em mantê-lo.Viver longe dos meus grandes amigos ensinou-me que o importante não é estarem ao nosso lado todos os dias, mas sim que estejam lá quando precisamos. O resto é acessório.É bom, mas acessório.
Amigo do amigo, amigo é!!!
ResponderEliminarlalalalalalalala