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Estavam os dois sentados. Um no colo da outra. Pintainho no colo da avó galinha. Pintainho bebé ou bebé pintainho, afinal é Carnaval e ninguém leva a mal.
Avó galinha de rugas-tempo-idade. Com tanto tempo na cara que se confunde a eternidade no seu rosto. Rosto disfarçado de história, cheia de linhas e traços que ocultam como era há 60 anos atrás. Mas seca, mas vazia de amor. Será esse o tempo? Assim a apagar os afectos e a encher as linhas e os traços do rosto?
E o pinto tão bebé, tão infantil, tão doce.
O passado e o futuro, no colo um do outro.
Será que a avó galinha não se alegra com o pinto? Será que não vê que o pinto é o renascer do tempo que passou. A esperança de uma nova vida?
Ou será que eles se complementam: o que passou, e o que virá?
Avó galinha de todos nós, que histórias tem o teu corpo para contar? O pintainho bebé saiu de ti! Haja esperança!
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