quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Sim?!?

Julgo que, tal como eu, a maioria das pessoas passa algum tempo da sua vida a procurar entender ou dar sentido à sua vida. Obviamente que, dentro desse sentido, procuramos encontrar formas mais eficientes de dar respostas aos acontecimentos da nossa vida.

Se calhar é importante, antes de prosseguir, explicar a forma como acredito que podemos e devemos interagir com a vida que nos rodeia. Acho que somos solicitados a responder a uma série de perguntas constantemente. E mais que as iniciativas que tomamos, é a forma como respondemos a essas questões que determina o nosso futuro.

É claro que essas questões podem não vir em formato de perguntas, ou de dúvidas existenciais. Podem ser coisas simples tipo voltar à direita ou à esquerda, ir ou não à praia, comer peixe ou carne.

Se calhar posso exagerar um pouco, e já me foi diagnosticada uma mente hiperactiva. Mas apesar disso, como referi no início, é natural que procuremos encontrar mecanismos ou modelos que nos ajudem a facilitar essa necessidade regular de decisão. Aliás, em grande parte das vezes, para a grande maioria de nós, essas decisões não são conscientes, mas sim automáticas e imediatas.

Já não sei concretamente como me surgiu a ideia, mas desde há algum tempo, quando sinto que tenho de tomar uma decisão, para a qual não tenho uma resposta certa, que não me sinto na capacidade de responder sem dúvida, fecho os olhos, olho para dentro de mim (não sei explicar muito bem para onde) e espero que me apareça um "sim" ou um "não".

Depois sem me preocupar com o porquê, ou melhor, tentando não me preocupar com o porquê, sigo aquele ecrã luminoso que me aparece na mente, ou na alma. "Sim" umas vezes, "não" outras tantas, mas normalmente sempre bem situadas em relação à pergunta colocada e claras para mim.

[Para os mais cépticos nunca fiz uma estatística do resultado dessas decisões, nem sei o que teria acontecido se tivesse decidido o contrário. Por isso vou à confiança. Fé chamar-lhe-ão alguns.]

Mas toda esta descrição serve apenas para vos enquadrar n o que me anda a acontecer há algumas semanas, e que se tornou particularmente interessante pelo modo como aconteceu. Num dos momentos de dúvidas, sem saber explicar bem porquê, a pergunta era: "Se deveria fazer algo num dia ou noutro?". Normalmente o que aconteceria nessa altura era alterar a pergunta para um estilo em que um "sim" ou um "não" fossem suficientes. Mas nesse dia não me lembrei. Esperei a resposta e ela surgiu na forma de um: "Sim".

E eu: "Há boa, que bom! ... Pera, quer dizer que "sim isto" ou que "sim aquilo"?". Rapidamente reformulei a pergunta e o ecrã luminoso deu: "Sim". Para ter a certeza da resposta, como já algumas vezes tinha feito, inverti a pergunta para que a resposta certa, a confiar no "Sim" de há pouco fosse um "Não". E, no entanto, o que apareceu foi um: "Sim".

Fiquei um pouco baralhado, mas não me preocupei. No entanto, a partir desse dia, sempre que fecho os olhos vejo o tal "SIM" a brilhar cá dentro.

Não sei bem o que significa, mas confesso que fico satisfeito. Parece um sim de afirmação. Um sim de descoberta. Um sim de vida. Um sim, sem mais, nem menos.

E as decisões. Essas o melhor é não me preocupar... De certo encontrei as respostas necessárias nas alturas certas.

2 comentários:

  1. O sentido da vida reside na multiplicação dos peixes.

    No nosso caso, dos bebés.

    O bebé que agora nasceu, por exemplo, vai aumentar o sentido da vida de várias pessoas e vai dar mais sentido á vida em si mesma.

    Por isso , na minha vida quero ter e dar bebés ao mundo.

    "Sim"...diz a luz branca, sempre que penso em bebés ;)

    Obrigada por este teu post

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  2. Pois, a luz branca do "SIM" aos bebés está lá, luminosa e a piscar cada vez mais intensamente a cada dia que passa, quanto a essa não há dúvidas! O pior são todas as outras perguntas que coloco quando olho para dentro de mim e para as quais não vislumbro qualquer ecrã luminoso com respostas definitivas... enfim, há que não perder a esperança. Talvez um dia apareça o tal "SIM", ou o tal "NÃO", quem sabe...

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