sábado, 31 de dezembro de 2005

As mamas da vizinha são sempre mais bonitas que as minhas?

Existe uma fixação existencial dos homens em relação ao peito das mulheres. Algo que não pode ser definido nem explicado em palavras, mas que todos os homens sentem.

A maior diferença é que uns disfarçam melhor que os outros, olham menos, comentam menos, pensam menos, mas a necessidade ou o desejo são idênticos.

Poder-se-ia dizer que tinha a ver com o facto de sermos alimentados, quando recém nascidos, através dessas admiráveis formas; que são elas que nos constróem e nos dão forma.

Num livro sobre a relação homem-mulher, uma investigadora dizia que era a única altura onde verdadeiramente o homem tinha a posição absolutamente passiva, e a mulher a activa.

E apesar de isso fazer, em minha opinião, todo o sentido, os homens que não tiverem ou o direito, ou a oportunidade, continuam fixados por esse pedaço de pele, cheio de tecido adiposo a que comummente denominamos mamas.

Não nos quero absolver da nossa responsabilidade, como namorados, comprometidos, maridos, pais de família, e até avós. Mas só quero explicar que é algo genético. Algo inexplicável e instintivo.

Quase como que uma necessidade de coleccionismo catalogante. Precisamos de olhar para elas, de “lhes tirar as medidas”. De as ir juntando a nossa lista de “mamas visionadas”. Ou com roupa, ou sem roupa. E a verdade é que tão depressa como surgem, depressa partem. (Nem todas, claro). Mas a necessidade, o desejo caprichoso, esses continuam.

E não querida, não é por as tuas não serem as mais bonitas, é só porque nascemos todos assim. Por isso querida, não, as mamas da vizinha não são mais bonitas que as tuas!

3 comentários:

  1. Amigo Bernardo.... é difícil, mas urgente, um comentário....

    em primeiro lugar, há os que conhecem uma tua vizinha, e a aproximação pessoal não pode deixar de ser feita... de que vizinha falas? e quem é a querida que se sente comparada?

    depois, há a visão de coleccionismo catalogante... pensava-te mais poético na apreciação.... onde estão as peras deliciosas, com sua doçura madura... ou verdinhas, à espera do melhor momento para serem comidas? onde estão os marmelos, a marmelada, as talhadas de melão fresco num campo de papoilas...? onde estão?

    O Cesário já te havia ilustrado acerca dessa beleza.... mas como estás esquecido, e porque não te faz nada bem ter uma visão tão pretensiosamente científica acerca da questão, aqui vai.....

    Naquele ‘pic-nic’ de burguesas,
    Houve uma coisa simplesmente bela,
    E que, sem ter história nem grandezas,
    Em todo o caso dava uma aguarela.

    Foi quando tu, descendo do burrico,
    Foste colher, sem imposturas tolas,
    A um granzoal azul de grão-de-bico
    Um ramalhete rubro de papoulas.

    Pouco depois, em cima duns penhascos,
    Nós acampámos, inda o sol se via;
    E houve talhadas de melão, damascos,
    E pão de ló molhado em malvasia.

    Mas, todo púrpuro, a sair da renda
    Dos teus dois seios como duas rolas,
    Era o supremo encanto da merenda
    O ramalhete rubro das papoulas!

    Cesário Verde

    ResponderEliminar
  2. As imagens e os argumentos...

    Não é ilegítimo concluir da sequência dos últimos posts que este súbito aparecimento dos seios femininos pode ser considerado uma resposta (há muito aguardada) para a pergunta sobre a felicidade.
    Desconcertante

    ResponderEliminar
  3. Amigo Miguel, gostaria de saber concretamente qual a pergunta sobre a felicidade a que te referes? Podes dar detalhes?

    ResponderEliminar